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Biotecnologias aplicadas à reprodução de bovinos de corte

A reprodução é um fator determinante para a produtividade e rentabilidade nas fazendas de cria. Nesse sentido, várias biotecnologias estão sendo aplicadas à reprodução para melhorar os indicadores técnicos e econômicos da atividade. 

A adoção da estação de monta aliada a manejos adequados, reprodutores geneticamente superiores e às biotecnologias reprodutivas, contribui para aumentar a produtividade e qualidade dos bezerros. 

Reprodução: Monta Natural

Em grande parte das fazendas, a monta natural é a estratégia de acasalamento mais utilizada. Mas a técnica possui alguns critérios que a tornam onerosa e muitas vezes ineficiente. Isso porque cada touro consegue atender uma quantidade limitada de vacas. Além disso, o touro precisa estar saudável (livre de doenças, lesões e estresse) para manter produção satisfatória de espermatozoides e efetuar a monta. Por isso, ao optar pela monta natural, saiba escolher os reprodutores e forneça-os ambiente adequado. Caso contrário, o seu desempenho reprodutivo será comprometido.

Biotecnologia

Por outro lado, as biotecnologias reprodutivas apresentam inúmeras vantagens e permitem solucionar alguns desafios da monta natural. Algumas destas técnicas tradicionais e conhecidas como a inseminação artificial (IA), inseminação artificial em tempo fixo (IATF), transferência de embriões (TE) e a fertilização in vitro (FIV). Sendo assim, é importante avaliar as vantagens e desvantagens das técnicas, os custos e definir a estratégia que melhor se adeque aos seus objetivos de produção.

Inseminação artificial para bovinos

A inseminação artificial permite depositar o sêmen no aparelho reprodutivo da vaca sem a necessidade de ter o touro na fazenda. A IA é uma tecnologia importante para a melhoria do rebanho, pois utiliza sêmen de touros provados com genética superior ou cruza animais de raças diferentes.  Possibilita ainda o controle de doenças transmissíveis na monta natural e o uso de touros impossibilitados de realizar a monta ou falecidos.  

Inseminação Artificial em Tempo Fixo

Um grande desafio no uso da IA é a detecção de cio. Contudo, os avanços no conhecimento da fisiologia das fêmeas bovinas levaram à IATF, na qual utiliza-se protocolos hormonais de indução da ovulação e sincronização de cio. Com isso, a inseminação é realizada no momento correto, sem necessidade de observação de cio, podendo ainda inseminar mais animais por dia. 

Dessa forma, a IATF contribui para aumentar a eficiência da reprodução e induzir a ciclicidade das vacas que não apresentavam cio (anestro). Além de formar lotes padronizados, programar as inseminações, estabelecer estação de parição, otimizar os manejos e o serviço dos colaboradores. 

Mas para que a IATF seja bem sucedida é preciso conhecer e conduzir a técnica, bem como ter um manejo sanitário e nutricional efetivos. Com nutrição bem ajustada as vacas apresentam condição corporal adequada para entrar em reprodução. Vacas com baixa condição corporal têm dificuldades em emprenhar. E fique atento com as primíparas que ainda não atingiram seu peso adulto e precisam de nutrientes para manter o crescimento, nutrir o bezerro e produzir leite. 

Outro ponto fundamental para o sucesso da IATF é contar com uma equipe de profissionais capacitados, para conduzir os manejos com tranquilidade, agilidade e segurança para os animais e as pessoas. 

Transferência de embriões em bovinos

Além da IA e IATF o pecuarista tem a opção de realizar a transferência de embriões (TE). Essa biotecnologia permite recolher embriões de uma doadora ou provenientes da fertilização in vitro (FIV) e transferir para as fêmeas (receptoras) que completarão a gestação. Com essa técnica uma fêmea tem um número de descendentes superior ao que conseguiria sozinha durante a sua vida reprodutiva. 

Produção in vitro de Embriões 

Neste contexto, na Produção in vitro de Embriões (PIVE) uma vaca de alto valor genético pode produzir vários bezerros ao ano. Convencionalmente em fazendas eficientes se produz um bezerro/vaca/ano. Na PIVE, é feita a colheita de oócitos das fêmeas doadoras, depois realizam a FIV e a transferência dos embriões para as receptoras que conduzirão as gestações. Assim, a PIVE ajuda a propagar genética de animais superiores, diminuir o intervalo de gerações e constitui uma biotecnologia de muito interesse em programas de melhoramento genético. 

Em resumo, as biotecnologias reprodutivas melhoram a eficiência reprodutiva do rebanho e propagação de genética de qualidade. Contudo, a sua viabilidade técnica e financeira depende de vários fatores. Por isso, é imprescindível, além de avaliar os custos, ter certeza que a tecnologia é compatível com os propósitos da produção e que os demais fatores importantes para o seu sucesso estão bem ajustados (equipe, sanidade e nutrição).

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