preço da arroba

Oferta x Demanda e a formação de preço da arroba

O preço da arroba do boi gordo é um dos fatores que afetam o lucro na pecuária de corte. Por isso, entender a formação de preços da arroba, é importante na hora de elaborar o planejamento produtivo e na tomada de decisão na fazenda. 

Os preços dos produtos agropecuários são formados a partir da oferta e demanda. Deste modo, a precificação da arroba ocorre em função da oferta de boi gordo para o abate e da demanda por carne bovina. 

Oferta x Demanda e o preço da arroba

Nesse contexto, o ciclo pecuário, os fatores climáticos, a aplicação de tecnologias e a rentabilidade do pecuarista interferem na oferta de boi gordo para o abate. Já a demanda é afetada pelo preço da carne, a renda dos consumidores, preços dos produtos substitutos como a carne de frango, a preferência do consumidor, entre outros.   

O ciclo pecuário determina a formação de preços da arroba pois afeta a oferta de animais para o abate e assim, modifica a oferta. Situação que pressiona as cotações da arroba para cima ou para baixo de forma cíclica em função do abate e a retenção de fêmeas na fazenda.

O aumento no abate de fêmeas compromete a produção de bezerros e reduz a oferta de animais para reposição na próxima safra. Com isso, haverá restrição de boi gordo para atender a demanda, levando ao aumento no preço da arroba. Neste momento, os pecuaristas começam a reter as fêmeas na fazenda e cresce a oferta de bezerros e de boi gordo para abate. Essa maior oferta de animais causará redução no preço da arroba.

Observa-se ainda maior oferta de animais no período de safra, o que pressiona o preço da arroba para baixo. Enquanto a oferta restrita de animais na entressafra, contribui para elevar as cotações da arroba no segundo semestre do ano. Entretanto, a adoção de tecnologias como a suplementação e a terminação intensiva com o uso de estratégias como o confinamento, têm contribuído para aumentar a oferta na entressafra.

Preço da arroba: Demanda Externa 

Como dito, a demanda por carne bovina também interfere na precificação da arroba. De acordo com a lei da oferta e da procura, quanto maior a oferta de animais para o abate e menor a demanda por carne, observa-se uma tendência à redução do preço. E, quanto menor a oferta de animais e maior a demanda, o preço tende a subir. 

Neste sentido, a demanda externa está aquecida e muitas plantas frigoríficas foram habilitadas para exportação. A alta do dólar faz com que as exportações fiquem mais atrativas, o que reduz a oferta de boi gordo para o mercado interno. 

Mercado Doméstico

No mercado doméstico a demanda por carne bovina oscila ao longo do ano. É comum reduzir o consumo no início do ano devido a queda no poder aquisitivo dos consumidores. Neste período há uma redução na quantidade de dinheiro disponível para consumo de proteína animal, pois o consumidor direciona sua renda para quitar dívidas adquiridas no fim do ano. Além disso, observa-se uma redução no consumo de carne bovina no período de quaresma, quando o consumidor tende a optar por proteínas alternativas. 

Com o passar dos meses a demanda vai se recuperando. No segundo semestre do ano, o consumo doméstico de carne bovina costuma crescer, como resultado das festas de fim de ano e do 13º salário. Além disso, datas festivas e feriados contribuem para o aumento na demanda por carne bovina. 

Em 2020, por exemplo, a pandemia afetou a renda das famílias e o consumo de carne bovina caiu. Mas a oferta restrita de boiadas prontas para o abate, o dólar valorizado e as exportações em alta contribuíram para manter as cotações da arroba em alta.  

Diante do exposto, é notável a dificuldade em prever ou controlar o preço da arroba, pois diversos fatores afetam a oferta de animais para o abate e a demanda por carne bovina. No entanto, é comum o pecuarista segurar animais na fazenda para reduzir a oferta e pressionar os preços. Uma medida que precisa de cautela. Isso porque, quando a oferta é naturalmente maior e a demanda é baixa, existe a possibilidade de não haver melhora de cenário. Lembre-se: quanto mais tempo os animais ficam na fazenda, maior é o custo de produção e maior o risco para o lucro da operação. 

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