O milho grão é um alimento energético muito utilizado na dieta de bovinos de corte. Dessa forma, antes de oferecer o milho aos animais e aproveitar ao máximo este alimento, é preciso conhecer suas características e as melhores estratégias para uso, evitando a perda nas fezes.
Por isso, elaboramos este artigo para te ajudar com algumas dicas muito importantes. Para começar, confira abaixo quais são os fatores que mais interferem na digestão do milho e aproveitamento pelos animais:
- Textura do grão (duro, semiduro, dentado);
- Estágio de maturidade (ponto de colheita);
- Tipo de processamento utilizado.
Nesse sentido, para aumentar a digestão do milho e consequentemente o desempenho dos animais, é preciso conhecer a textura do grão. Assim, se faz importante entender que o milho-duro e semiduro, por exemplo, possuem menor digestibilidade comparado ao milho de textura farinácea, conhecido como milho dentado.
Além disso, com o avanço da maturidade do grão ocorre aumento da matriz proteica (uma camada mais densa de proteínas que envolve o grânulo de amido). Logo, quando o grão chega na maturidade fisiológica e está maduro, a sua digestão é menor comparado ao colhido em fases anteriores, como no ponto de silagem, por exemplo.
Processamento: uma boa estratégia para oferecer o milho aos bovinos
Com o processamento dos grãos é possível melhorar a digestão até mesmo do milho-duro e maduro. Dessa forma, o objetivo do processamento é quebrar o pericarpo do grão, reduzir o tamanho da partícula e, em alguns tipos, romper a matriz proteica, o que ocasiona o aumento da digestibilidade do milho. Portanto, haverá mais energia disponível e melhora no desempenho animal ao oferecer o milho processado aos bovinos.
Confira agora alguns tipos de processamentos do grão de milho.
Moagem
A moagem é um método de processamento que tritura os grãos para reduzir o tamanho de suas partículas, o que facilita a digestão. Quanto menor o tamanho da partícula, ou seja, mais fino, melhor é a digestibilidade. Porém, ao oferecer aumenta-se o risco de acidose. Nesse sentido, para saber se a moagem resultou em grãos finos ou grossos, é preciso avaliar a granulometria, medida por meio de um conjunto de peneiras com diâmetros de 6,00 mm; 3,25 mm; 2,00 mm; 1,25 mm e o fundo.
Em geral, busca-se que a maioria das partículas fique retida entre as peneiras de 3,25 e 1,25 milímetros. Assim, não é desejado a presença de partículas de milho na peneira de 6,00mm, pois haverá perdas de grãos nas fezes. Por outro lado, as partículas retidas no fundo, inferiores a 1,25 mm, são rapidamente fermentadas no rúmen, possibilitam maior digestão, mas, aumentam o risco de acidose.
Portanto, é fundamental que um profissional nutricionista faça o ajuste do tamanho de partícula do milho moído e da dieta, a fim de obter uma formulação com teores adequados de energia, proteína e fibra. Dessa forma, os animais farão um melhor aproveitamento do alimento e apresentarão melhores condições de saúde.
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Ensilagem
Apesar da moagem ser um processamento muito utilizado, existem outros que possibilitam digestibilidade ainda maior. É o caso da ensilagem de grão úmido de milho. Neste processamento, os grãos são colhidos quando estão na maturidade fisiológica e apresentam cerca de 38% de umidade. Posteriormente são triturados e ensilados.
Sendo assim, o processo de ensilagem é semelhante ao da produção de silagem da planta inteira. Portanto, é necessário tomar todos os cuidados com compactação e vedação correta do silo, para ocorrer a fermentação e redução no pH e, assim, possibilitar a conservação do material ensilado.
É importante ainda destacar que a ensilagem de grão úmido de milho é uma forma de processamento que mantém o valor nutritivo do milho. Contudo, é preciso estar atento para não deixar o grão passar do ponto e colher os grãos no estágio e teor de umidade ideais.
Reidratação e ensilagem antes de oferecer o milho
Fazendas que não conseguiram realizar a colheita no tempo hábil ou já possuem o grão seco, podem optar por outro método de processamento que é a reidratação e ensilagem. Neste caso, tritura-se o grão de milho seco e adiciona-se água para reidratação, o que aumenta a umidade até teores próximos aos do grão úmido. Dessa forma, o material é ensilado posteriormente.
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Floculação
Há ainda a floculação, um método de processamento de grãos que une calor e umidade e consegue resultados excelentes de digestibilidade comparado ao milho moído seco. Contudo, o alto custo com o equipamento, burocracia de importação, curto prazo de estocagem do milho floculado, dentre outras questões, dificultam a difusão do método no país.
Em geral, a silagem de grão úmido de milho ou reidratado e o milho floculado apresentam digestibilidade superior ao milho seco moído. Entretanto, a escolha do método de processamento a ser utilizado deve levar em consideração a capacidade de investimento, resultado da operação, estrutura da fazenda e o planejamento nutricional do rebanho.
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Por fim, é fundamental evitar a perda de grãos nas fezes, quanto mais milho desperdiçado, maior é a energia perdida e maior o custo. Afinal, o milho tem grande participação nas dietas, principalmente de animais confinados. Por isso, quanto maior a digestão desse grão, melhor o desempenho e o resultado financeiro.
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