Por que produzir bezerro do cedo?

A época de nascimento interfere na obtenção de um bom bezerro. O bezerro do cedo nasce no início da estação de parição e são melhores, comparados aos bezerros “do tarde”, nascidos no final da estação.

Concentrar os nascimentos no início da estação de parição traz inúmeras possibilidades, como, melhor crescimento e desempenho dos bezerros, facilidade de manejo e ganhos financeiros.

Quanto maior a quantidade de vacas prenhes no início da estação de monta mais bezerros nascerão nos primeiros meses da estação de parição.

Gráfico explicativo da estação de monta

As vacas que emprenham no início da estação de monta terão o terço médio da gestação entre março e abril, na transição das águas para a seca, período que ainda há disponibilidade de forragem. Com isso, a nutrição da mãe será melhor permitindo maior formação de fibras musculares do bezerro como relatado no texto sobre programação fetal.

Considerando uma estação de monta de novembro a janeiro, os bezerros do cedo nascem nos meses de agosto e setembro. Assim, pouco tempo após o nascimento, se inicia a estação das águas e haverá oferta de forragem para a vacada. As fêmeas poderão se alimentar melhor, restabelecer condição corporal e ficar aptas para emprenhar no início da próxima estação de monta.

Além disso, há melhoria no status nutricional das vacas e assim, na produção de leite, o que contribui para aumentar o peso dos bezerros à desmama.

Vale ressaltar que a pastagem é a principal fonte de alimento para o rebanho de cria no Brasil. Por isso, é preciso investir no pasto, ter forragem de qualidade, fazer manejo do pastejo adequado e planejar uma boa suplementação com antecedência.

A melhoria na nutrição materna na gestação, pós parto e do bezerro na fase de cria, permite ao bezerro do cedo apresentar melhor crescimento e desenvolvimento, e alcançar maior peso na desmama comparado ao bezerro do tarde.

Isso porque, a vaca que emprenhou por último na estação de monta, passará pelo terço médio de gestação no período da seca, dividindo os nutrientes para suprir sua demanda de mantença com o feto. Assim, a vaca gera um bezerro de pior qualidade devido a restrição de nutrientes. Além disso, os bezerros nascerão nas águas onde o manejo sanitário é dificultado e há maior risco de mortalidade de bezerros.

O manejo sanitário também é privilegiado no início da estação de parição, pois a incidência de chuvas é menor, assim, há menos umidade ambiental e proliferação de microrganismos. A cura do umbigo é um dos manejos profiláticos beneficiados pelo período. Após o nascimento, a correta desinfecção do umbigo contribui significativamente para a saúde dos bezerros, redução na mortalidade e bom desenvolvimento deles.

Portanto, o ideal é concentrar os nascimentos no início da estação de parição para obter os bezerros do cedo, que apresentarão melhor desempenho comparado aos bezerros do tarde.

Contribuindo para reduzir o tempo de permanência dos aninais na fazenda e assim, possibilita gerar maior rentabilidade para o pecuarista.

Como planejar o nascimento dos bezerros?

O primeiro passo para um bom planejamento é definir os objetivos e metas da produção. Posteriormente, é preciso estabelecer a estação de monta, que, consequentemente, gera o período de nascimentos. Não temos controle sobre a gestação da vaca, portanto, nove meses após emprenhar o bezerro irá nascer.

Além disso, é preciso realizar o diagnóstico produtivo e reprodutivo da fazenda, planejar e organizar a nutrição materna e da cria.

Neste sentido, é fundamental ter uma boa gestão da fazenda. Organize de forma simples e rápida os dados da fazenda com o auxílio do iRancho. Com ele você armazena informações suficientes e confiáveis para elaborar um bom planejamento e conseguir executá-lo.

Pecuarista de Sucesso

Essa é mais uma lição do Pecuarista de Sucesso, que neste capítulo traz todo conteúdo sobre a fase de cria. Acompanhe essa jornada de conhecimento que já passou por assuntos como gestão, ciclo pecuário e nutrição animal. Veja abaixo o link  das últimas lições e venha com a gente nesta jornada!

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Escrito por: Fabíola Lino. Doutora em Zootecnia, professora universitária e Diretora Estadual da Associação Brasileira de Zootecnistas.

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