O Brasil alimenta o mundo e está entre os cinco países que mais exportam produtos agropecuários do planeta. Desse modo, é preciso olhar para futuro do agro e para a alimentação mundial e pensar em práticas sustentáveis. Dentre elas, a economia circular voltada para o reaproveitamento de insumos, economia, produtividade, inovação e qualidade.
Nesse sentido, surge a seguinte questão: “Como produzir mais e melhor e reduzir os impactos e desgaste dos recursos naturais?” É aqui que a economia circular encontra na agropecuária ampla oportunidade de aplicação.
O que é economia circular?
A economia circular é um modelo sustentável, que consiste em manter o máximo possível de recursos em circulação, através da reutilização, reciclagem e regeneração, além de apresentar inúmeros benefícios para o setor agrícola. Dentre eles, se destacam a redução dos custos de produção e de insumos químicos nas lavouras.
Dentro desse contexto, quando alinhado à gestão e tecnologias eficientes, este modelo proporciona aumento de produtividade e bem-estar animal.
Em resumo, pode se dizer que a economia circular se trata de um sistema econômico voltado para minimizar o desperdício, promover o uso eficiente de recursos e prolongar a vida útil de recursos.
Economia circular: o caso FUB
Vejamos o exemplo de um cliente iRancho que aplica a economia circular: as Fazendas União do Brasil (FUB).
A FUB é um complexo de 8 propriedades localizadas em São Paulo e Mato Grosso do Sul, que trabalha com ciclo completo da pecuária de corte e é referência na produção da raça pura Santa Gertrudis.
As Fazendas se destacam por serem pioneiras no modelo compost barn para confinamento de bovinos de corte, estratégia que tem levado mais bem-estar aos animais e, consequentemente, mais qualidade à produção.
Compost barn
O compost barn consiste em um sistema de confinamento que tem como objetivo diminuir custos de implantação/manutenção e otimizar índices produtivos e sanitários do rebanho. Portanto, nesse modelo, os bovinos repousam sobre uma mistura de serragem com pó de rocha, uma espécie de “cama” onde os animais depositam seus dejetos orgânicos. Dessa forma, é preciso revirar constantemente essa maravalha, a fim de ser utilizada como compostagem na lavoura ou vendida como adubo.
No caso da FUB, eles utilizam os dejetos depositados na “cama” do confinamento nos 800 hectares de lavoura do complexo. Antes disso, enriquecem esses dejetos com outros elementos e os processam em uma linha de compostagem.
A estratégia reduziu drasticamente a utilização de produtos químicos na agricultura. Na FUB, eles direcionam toda a produção (soja, milho, trigo, cevada, sorgo boliviano, triticale) para os animais, comercializando apenas as partes excedentes.
Free stall
Ainda dentro da FUB, outro modelo estruturado é o free stall. Ele consiste em área de camas individualizadas, um espaço livre para caminhar e o recebimento do alimento no cocho. O sistema é bem utilizado por apresentar vantagens como os cuidados com a alimentação e o maior controle com os animais.
Por outro lado, dentro da FUB, esse modelo possui duas pistas de lavagem que permitem a saída dos dejetos para um tanque de decantação. Tanto a parte líquida quanto a sólida são reaproveitadas. A parte líquida é destinada à fertirrigação nos piquetes onde são criados os carneiros, já a parte sólida é utilizada na lavoura.
Na fábrica de ração, eles aproveitam o farelo da soja e uma parte do óleo extraído no confinamento, além de venderem a outra parte para a produção de biodiesel.
Economia circular e gestão da fazenda
Em resumo, a economia circular não é apenas sobre consumir menos, mas consumir melhor. Por isso, é importante aplicar uma boa gestão na fazenda, que permita gerenciar bem os insumos, controlar o estoque e evitar desperdícios.
Como resultado, a gestão eficiente dos recursos, aliada à tecnologia, permite a utilização mais precisa e racional dos insumos, possibilitando processos mais produtivos e econômicos.
É importante que os produtores rurais estejam atentos a essa abordagem e comecem com o que está ao alcance. Para isso, devem se questionar quanto:
- Como podemos empregar práticas sustentáveis na estrutura atual?
- Quais tecnologias podem assegurar um negócio mais sustentável, produtivo e lucrativo?
Por fim, é preciso incentivar os produtores e possibilitar meios de agregar mais valor às produções realizadas a partir da economia circular. É mais do que um olhar para o futuro do agro, é um olhar para o presente.
Está preparado para aplicar boas práticas de sustentabilidade na fazenda?
