A estacionalidade de produção de forragem afeta negativamente o desempenho dos animais e dificulta a terminação de bovinos a pasto. Por isso, o pecuarista precisa encontrar uma estratégia eficiente que forneça condições para que os animais construam carcaça de forma adequada e tenha um resultado financeiro positivo.
De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC), dos 44,23 milhões de animais abatidos no Brasil, apenas 5,58 milhões são provenientes de terminação em confinamento, o que representa 12,6% do abate total de bovinos. Portanto, a maior parte dos animais abatidos no país vêm de produção a pasto.
Pensando nisso, é fundamental otimizar o uso de forragem e maximizar os ganhos, principalmente no período seco ano, no qual há baixa disponibilidade e qualidade de forragem. Dessa forma, uma alternativa para o pecuarista é a terminação no chamado “confinamento a pasto”, que é uma estratégia de terminação intensiva a pasto (TIP).
No “confinamento a pasto”, os animais são mantidos no pasto e são suplementados na proporção de 1,8% a 2% do peso corporal. Os nutrientes que faltam no capim são fornecidos via concentrado. Assim, os animais recebem minerais, vitaminas, energia e proteínas em quantidade suficiente para atender suas exigências nutricionais.
Os pastos precisam ser bem manejados, pois a taxa de lotação deve ser definida de acordo com a quantidade de forragem disponível, ou seja, é preciso conhecer a capacidade de suporte da área. Além disso, embora o consumo seja baixo, o pasto é fonte de fibra, sendo essencial para manter o correto funcionamento do rúmen.
Veja algumas dicas para a condução adequada do confinamento a pasto:
- Planejar as ações corretamente;
- Fazer período de adaptação (14 a 21 dias);
- Fornecer o concentrado sempre no mesmo horário;
- Definir o espaçamento de cocho de forma adequada (40 cm por animal);
- Ter disponibilidade de forragem;
- Calcular a taxa de lotação de acordo com a capacidade de suporte da área;
- Formar lotes homogêneos para evitar competição e consumo inadequado de concentrado;
- Disponibilizar água de qualidade e em quantidade suficiente para os animais. Para isso, é importante ter bebedouros de enchimento rápido;
- Contar com uma equipe capacitada e motivada para conduzir as atividades.
A estratégia de “confinamento a pasto” proporciona eficiência produtiva, aumento na taxa de lotação e na produção de @/ha/ano. Entretanto, é preciso planejar a operação, definir as metas de desempenho e os custos. Portanto, o ponto-chave para o sucesso na terminação é o planejamento. Assim, conhecendo o custo da arroba produzida e vendida (tabela), o pecuarista saberá a sua margem de lucro de acordo com o preço da arroba previsto para a data da venda.
Com o iRancho, você acompanha e registra os dados de peso dos animais, consumo de concentrado e todos os custos com a nutrição. Dessa forma, você consegue planejar com segurança, de forma simples e rápida a terminação dos seus animais.
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Referência: www.abiec.com.br
Por: Fabíola Lino. Doutora em Zootecnia, professora universitária e Diretora Estadual da Associação Brasileira de Zootecnistas.