O mugido do rebanho tem relação com o bem-estar animal e a produtividade da fazenda? Sem dúvida, para a pesquisadora Temple Grandin, a resposta a essa pergunta é “sim”.
Nascida em 1947, a americana de Boston (EUA) revolucionou a pecuária ao observar que o manejo do gado feito de forma racional aumenta a produtividade, diminui os custos para o pecuarista e aumenta a qualidade do produto.
Quer conferir mais sobre o trabalho da pesquisadora? Então, continue a leitura!
Grandin realizou uma pesquisa sobre os mugidos do rebanho, percebendo em quais etapas do manejo esses mugidos se intensificaram e o porquê dessa intensificação. Durante o trabalho, a pesquisadora notou que um rebanho agitado costuma mugir com mais intensidade e frequência. Como resultado, isso gera estresse e acaba afetando o manejo e a produção. Aperfeiçoando os dados ao longo da pesquisa, Grandin criou um sistema que facilitou que o rebanho se locomovesse em pequenos grupos, em um percurso curvo e com muros em volta. Dessa forma, o manejo racional do rebanho facilita o desenvolvimento do bovino e estabelece um tipo de manejo humanizado, sustentável e, ao mesmo tempo, produtivo. Em 2010, a HBO lançou um filme intitulado Temple Grandin, protagonizado por Claire Danes. A obra conta a história da pesquisadora, desde a sua infância até a vida adulta, sem deixar de lado os problemas que ela enfrentou por ser autista. Apesar das dificuldades de socialização, Grandin conseguiu ser ouvida e mudou para sempre os rumos do manejo do rebanho nos Estados Unidos e em todo mundo. Apaixonada por ciências, a pesquisadora teve incentivos da mãe e do professor da escola interna onde estudou. Assim, o apoio foi fundamental para Grandin alcançar o objetivo de criar uma forma humanizada de lidar com o rebanho. O retrato da história de vida da pesquisadora é repleto de sensibilidade e as escolhas visuais do diretor, Mick Jackson, possibilitaram uma narrativa encantadora. Narrativa essa que faz o espectador enxergar pelos olhos de Temple um mundo no qual a relação entre homem e natureza pode, sim, ser harmônica, racional e revolucionária. Como vimos, Temple Grandin em suas pesquisas percebeu que era possível ter produtividade aliada ao bem-estar animal. Afinal, animais bem tratados alcançam seu potencial máximo e agregam valor ao produto, o que resulta em uma maior produtividade. Na década de 1960, produtores e pesquisadores envolvidos na área de produção animal começaram a sistematizar novas práticas direcionadas para o aumento da produção aliadas com o bem-estar animal. Nesse contexto, o grupo Farm Animal Welfare Comittee (FAWC) – Comitê de Bem-Estar de Animais de Fazenda criou 5 pontos do sucesso para o bem-estar animal. As 5 liberdades propõem que o animal deve estar: Em resumo, pode-se concluir que os cuidados com o bem-estar animal resultam no aumento na qualidade do produto e, consequentemente, maior produtividade. Contudo, vale lembrar que essa é preocupação recente para o pecuarista. Afinal, atualmente, existe um cuidado maior com a qualidade do produto e com todos os processos que ele passou até chegar a sua mesa. Pensando nisso, o iRancho desenvolveu uma ferramenta de rastreabilidade por consequência, o SafeBeef. O SafeBeef é um sistema de rastreabilidade por consequência que permite ter acesso a toda a trajetória da carne, desde o nascimento do animal até o momento do abate. Com a ferramenta, será possível identificar a origem do produto, saber se o animal veio de áreas legalizadas e quais manejos ou medicamentos recebeu, por exemplo. Descubra como a rastreabilidade pode ser rentável para seu negócio! Curral curvo
Temple Grandin: quando pensar diferente muda tudo
Qual a relação entre a produtividade e bem-estar animal?
Rastreabilidade e bem-estar animal