O custo de produção é parte fundamental da gestão de uma fazenda de gado de corte e consiste na soma de todos os valores dos recursos usados na produção. O pecuarista pode até contar com inúmeros recursos tecnológicos para tornar a pecuária eficiente, mas sem gestão, a fazenda não vai muito longe.
Vários são os motivos que levam o pecuarista a temer o custo de produção. Primeiro por conta da falta de informações da propriedade. Segundo por desconhecer como realizar o cálculo e, acima de tudo por medo de descobrir que a fazenda não dá lucro. Por isso, é comum escutar “é muito difícil calcular” ou “se eu contabilizar tudo que gasto, deixo de produzir”.
O custo de produção é uma excelente ferramenta para conhecer quanto você gasta, onde o dinheiro está sendo aplicado e assim, permanecer na atividade.
Existem duas metodologias muito utilizadas para calcular o custo de produção, são elas:
Custos Fixos e Variáveis
- O custo fixo é aquele que o produtor não controla e não se altera com o aumento da produção, como exemplo, os gastos administrativos e impostos.
- O custo variável aumenta com a produção e o produtor pode escolher reduzi-los. Alguns exemplos de custos variáveis são ração, sementes, fertilizantes, gastos com a sanidade do rebanho, serviços de máquinas e mão de obra.
O aumento na produtividade eleva o custo variável, contudo resulta em diluição do custo fixo. Por isso, a importância de não focar apenas em reduzir custos variáveis, mas investir em tecnologia e melhorar a produção.
custos fixos + custos variáveis = custo total.
Custo de produção: Custos Operacionais
Os custos operacionais compreendem o custo operacional efetivo (COE), custo operacional total (COT) e o custo total (CT).
O COE consiste na soma de todos os gastos diretos com a produção pecuária em um ciclo produtivo, tais como: insumos (rações e suplementos minerais, sementes, medicamentos veterinários, defensivos agrícolas, fertilizantes), mão de obra contratada, dentre outros.
O COT é o somatório do COE, mão de obra familiar e a depreciação, esta que consiste na desvalorização de um bem, devido ao seu uso. As construções, máquinas, implementos, animais de reprodução e trabalho, se depreciam. Adicionar a depreciação ao custo de produção, possibilita gerar reservas para substituir um bem, como o trator ou implementos, por exemplo, quando for necessário.
Custo de Oportunidade
Por fim, o CT engloba o COT e o custo de oportunidade. Entende-se o custo de oportunidade como uma “renúncia”, o valor que você deixa de ganhar por aplicar o dinheiro na pecuária, ao invés de utilizá-lo em outra atividade (arrendamento, milho, soja ou poupança). Por essa razão, o custo de oportunidade é temido por muitos.
Como resultado da avaliação dos custos tem-se o lucro, calculado pela diferença da renda bruta da fazenda e o CT. Quando o lucro é positivo, significa que a pecuária tem melhor rendimento que a atividade alternativa considerada no custo de oportunidade.
Já o lucro igual a zero é um indicativo que a fazenda está no ponto de equilíbrio, como dizem “empatada”. No entanto, quando o lucro é negativo, há prejuízo econômico, ou seja, o retorno financeiro será maior em outra atividade.
Custo de produção: Conclusão
Em resumo, é preciso desmistificar e perder o medo de calcular o custo de produção. Encontrar um resultado negativo, não significa que terá que deixar a atividade. Essa é uma opção, mas existem outras alternativas como aumentar a produtividade (@/ha/ano) ou melhorar a gestão da fazenda.
Independente da metodologia utilizada, o importante é conhecer o seu custo de produção. Com ele, você tem informação para planejar, corrigir falhas, evoluir e lucrar.
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